Procura-se Noivo



Maria das Dores Marques celebrou 100 anos de idade .A crença religiosa e o apoio da família aliada à boa disposição, são os segredos da vivacidade de Maria das Dores Marques, residente numa freguesia de Montemor-o-Velho, que hoje celebrou 100 anos de idade, escreve a Lusa. «Nunca pensei ser merecedora de um bem tão grande. Se acordo todos os dias é porque Jesus me acorda, é matemático», disse uma sorridente Maria das Dores à agência Lusa, no dia em que comemorou 100 anos. Rodeada pela família e amigos, a mais velha de quatro irmãs, duas já falecidas, demonstra uma enorme vitalidade, até pela maneira como sobe, sozinha e sem ajuda, as escadas da casa da filha, onde reside, em Lavegada. Perante a reportagem da Lusa reclama que lhe arranjem um noivo, «mas sem barba», demonstrando um sentido de humor que os familiares mais próximos - uma filha, uma neta e dois bisnetos - classificam de «contagioso». A festa de aniversário, em casa, precede outra, na freguesia do Seixo, aberta à população, organizada pelo rancho folclórico local. «Vou dançar, pois vou», garante Maria das Dores, enquanto desafia o bisneto, Nuno, com a mesma desenvoltura que exibe nos dias em que resolve visitar amigos e vizinhos, saindo de casa «sozinha e pelo próprio pé». A costura, profissão que manteve durante 35 anos, é outra paixão, que ainda hoje exerce, apesar dos problemas de visão que a afectam. «Vejo cada vez menos», lamenta, mesmo se a neta, Maria Delminda avisa que a avó se recusa a usar óculos: «É um castigo, não quer», diz. Poucas viagens fez - a Lisboa «oito vezes», a Coimbra e à Figueira da Foz - embora gostasse de ter conhecido outros locais para além daqueles e da pequena povoação onde reside. «Se um pudesse, mas para quê», inquire, enquanto assume as dificuldades de quem nunca aprendeu a ler nem escrever. «Não sei uma letra, mas sempre fui amiga do saber», diz. À mesa, em redor do bolo e das três velas que apagou de um só sopro, acaba por contrariar a neta no desejo formulado: «peça mais um ano, avó», afirmou Maria Delminda. A resposta de Maria das Dores foi imediata: «Só mais um não, é pouco», disse.

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